segunda-feira, setembro 18, 2006

 

Bolonha com todos... (cardápio de João Maria Condeixa)

Agora que o ano lectivo se inicia e que Bolonha já foi assimilada por muito boa gente pensemos na actuação dos agentes que estão mais ligados à área:

O Ministério da Ciência e Ensino Superior, na pessoa do Prof. Mariano Gago, descartou-se por completo das suas responsabilidades e entregou Bolonha à autonomia Universitária, esquecendo-se que um projecto que ambiciona uniformizar o ensino na Europa, jamais terá espaço para discrepâncias internas.

Por seu lado, as instituições de ensino vão adaptando Bolonha às suas necessidades. Vítimas da decrescente procura, apostam numa Bolonha virtual o seu futuro, implementando “em cima do joelho” e com sedutoras técnicas de marketing um processo que parecem desconhecer. Ao contrário de um projecto estrutural, Bolonha tornou-se nas aspirinas das Universidades. Melhora agora, mas não cura!

E uma das partes responsáveis são as ordens profissionais. Condicionam mais este processo que o próprio Ministério. Chegam inclusivamente, naquilo que pode ser um abuso de poder, a ultrapassar a autoridade do estado e a impor regras ilegítimas.

Com a mesma parcialidade agem os sindicatos e docentes. A maioria apenas “pensa nos seus umbigos” e presos a “direitos adquiridos” colocam entraves a Bolonha. E à custa dessa acção sindical perdemos a competitividade que este processo coloca a Portugal

Por fim, as Associações de Estudantes parecem adormecidas e desatentas. Não reagindo nunca, justo num momento em que todas as alterações são pensadas e aplicadas, serão certamente cúmplices neste desleixo geral, que poderá por em causa o futuro do nosso ensino e dos nossos jovens.


João Maria Condeixa

Comments:
Ia colocar no Blog UÉ, mas antecipaste-te. Fizeste bem. Muito obrigado. Grande abraço
 
O que foi dito aqui não é novidade. Todos aqueles que procuram conhecer minimamente Bolonha (não é pela informação disponibilizada nesta universidade)sabem que este tem-se desenvolvido em função da desinformação. É de imperiosa importância que se debata Bolonha em todas as Universidades Portuguesas, e Évora não pode constituir excepção. A actual direcção da AAUÉ nada tem feito, nem sequer responde a desafios de debates que lhe são dirigidos.
Mais, a "partidarite" - que sempre procura imiscuir-se nos assuntos das universidades - procura analisar Bolonha apenas do ponto de vista económico e de alguns outros chavões. Quando se analisará Bolonha do ponto de vista educacional? Não é Bolonha um problema da Educação?
Penso que já é mais do que altura de os estudantes deixarem-se de choradeiras, porque não é a lamentarmo-nos que vamos conseguir participar na vida das universidades.
 
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